sexta-feira, 4 de março de 2011

É a hora!

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer —
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo-fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...

É a Hora!


Mensagem: III. – Os Tempos, “Nevoeiro”; Fernando Pessoa


Triste é o destino para o qual o nosso país caminha a passos largos.

Somos governados por senhores que em tudo menos são nossos representantes. São, nada mais, nada menos, do que representantes dos seus próprios interesses e defensores das suas disputas internas. Estes abutres, tentam alimentar, de todas as maneiras e insaciavelmente, as suas crias, roubando ao Sr. Manuel, que tem a sua tabacaria na esquina da rua dali de baixo, à família Costa, com o seu pequeno negócio, que outrora fora próspero, e à Sra. Lurdes, que tem de trabalhar mais de 8 horas por dia, a recibos verdes. Estes não passam de meras personagens do imaginário, que servem para representar a triste realidade que o Zé Povinho se depara no dia-a-dia. “Nem rei, nem lei”, já dizia Fernando Pessoa no ano de 1934 e passados 77 anos, permanecemos à completa deriva, com um barco a afundar, há muito tempo, a todo o vapor.

É por isso, que eu, apenas mais um português que faz parte do imenso Zé Povinho, decidi dar asas à minha voz da consternação e lançar este blog, “Estandarte da Resistência”. Irei publicar, ocasionalmente, crónicas, textos de opinião, exposição de situações que aconteçam pelo país fora e onde, o mais importante de tudo, vos irei dar voz, a vocês, que estão a ler, neste preciso momento, estas minhas palavras. Ficarei à espera das vossas críticas e mensagens. Não se esqueçam, mais uma vez, este blog é de todos nós, façam-se ouvir.

Chegou a hora de esquecermos o “deixa andar” e o “desenrasca” à parte, das conversas que ficam entre quatro paredes e combater a inércia e indiferença, de que tanto temos sido amigos até agora. É o momento de nos levantar, dar uso à nossa voz, ecoar o nosso grito de revolta e fazer renascer das cinzas este nosso grande e belo país que é Portugal.


Até à próxima e cumprimentos.

Resistente libertatis unum.

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